quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Intuito do blog.

É muito comum dividir dúvidas e questionamentos com filhos de santo, amigos e demais pessoas que compartilham interesse pelas lendas do panteão africano.
Aqui, discutiremos, trocaremos nossas inquietudes e nossos desejos pelo ensinamento tão valioso e requintado deixado por tantas nações.
Ao Tata Ogi Faraungê, que tanto nos guarda e ensina nestes longos anos, uma homenagem e muito Axé.
Compartilhemos, juntos, a filosofia desta religião tão misteriosa e encantadora.
Sejam todos bem vindos ao meu e seu espaço!

Abaixo, há um link para enviar seus comentários e dúvidas.
Considero este o principal espaço do blog.
Quanto mais dividirmos dúvidas, opiniões e respostas; mais estudaremos juntos!

34 comentários:

  1. Babá Ogí Já Pará
    Parabéns pelo Blog, um espaço para aprender e entender melhor questões pouco discutidas e por vezes tão discriminadas.
    Eu gostaria muito de ler sobre o sincretismo de Santo Antonio, se houver.
    Obrigada.
    Denise.

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  2. Querida filha de nosso Ylê.
    Essa sua pergunta é extremamente interessante, pois para respondê-la terei de recorrer a diversos fatos históricos e culturais.
    Primeiro, entendamos juntos o que é o sincretismo e como ele ocorreu.
    Essa "comparação" aos santos da Igreja Católica; bem se sabe que teve seu inicio quando o escravo entendeu que se fingisse estar se adequando e aceitando a "catequização", poderia sair da senzala para orar aos pés dos santos. Para que pudessem realizar suas "oferendas" e "obrigações", analisaram os arquétipo destes santos a quem se ajoelhavam, e os "sincretizaram". Este foi o meio que encontraram de prosseguir com seus credos e crenças com a autorização do próprio senhor branco.
    Um outro dado cultural que nos auxilia a esclarecer os fatos é o culto a Iroko. Toda e qualquer obrigação a ser erguida ou entregue a este Orixá, deve ser feita em sua árvore, geralmente Iroko(há mais informações na descrição de Iroko no link "Orixás e seus filhos"). Como então essas obrigações eram realizadas na mata, não precisavam "fingir" estarem orando aos santos dentro da igreja, portanto a este Orixá nunca houve nenhuma tentativa de sincretização.
    Entendemos até aqui que o movimento sempre foi contrário: do negro para o branco. A comparação foi feita do Candomblé com o Catolicismo ou seja, a pergunta aqui seria: Qual Orixá tem sincretismo com Santo Antônio? O sincretismo não é do santo católico, mas sim do arquétipo africano.
    Embasados dessas informações, podemos entender o porquê de não ter postado o sincretismo de Exú (Santo Antônio).
    Isso é raramente dito, pois os arquétipos são completamente diferentes, nos deixando a pista de que este fato ocorreu pela lendária fama de santo casamenteiro a Santo Antônio. Se Exú, ou Bará é o Orixá que cuida das coisas terrenas, dentre elas a sexualidade, temos a primeira ligação. Este frade que se tornou santo é também padroeiro das pessoas com baixa renda financeira. Sendo o dinheiro uma das principais questões materiais regidas por Bará, teríamos aqui a segunda semelhança, não dos arquétipos, mas de suas qualidades representativas nas duas culturas religiosas.
    O sincretismo não é bem visto aos olhos do Candomblé, porém o acho importante para que as pessoas que se interessam por essa religião, tenham referências culturais no ensejo da facilidade de absorção de conhecimento.
    Axé!
    Babá Ogíjàparà.

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  3. Nossa, assim começou o sincretismo? Que interessante! Muito obrigada pela resposta, foi muito esclarecedora. Axé.

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  4. Tenho 25 anos no Candomblé e nunca consegui ler algo tão interessante como estou lendo neste blog! Até que enfim um Babá conseguiu se descontaminar da época e evoluir o suficiente para nos tornar a linguagem mais compreensível! O "enigma" que muitas vezes assusta, deu lugar à filosofia da religião. História, costumes, hábitos... Parabéns! Ansioso por ler sua discrição de Xangô, pois sou filho dele.
    Mutumbá!

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  5. Agradeço muito a sua participação e suas palavras.
    Embora entenda perfeitamente que tenha sido com a melhor das intenções, minha intenção não é a de nos "descontaminar", mas sim, sermos totalmente embebecidos das origens do Candomblé. Quanto mais nos focamos às origens, mais "puros" ficam nossos entendimentos. O respeito à história, os costumes e hábitos é primordial para entendermos o conteúdo principal. E é exatamente esta a ideia deste blog! Filosofarmos sobre esta tão linda e enigmática religião.
    Quanto às descrições dos arquétipos, estou escrevendo com calma, mas logo mais terá essas informações sobre Xangô.

    Kolofé Olorum!

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  6. Queridos, bom dia.
    Adicionada a descrição de Oxóssi!
    Motumbá Axé!

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  7. Parabéns por esta "fonte preciosa" de esclarecimentos. Estou me preparando bem devagar para fazer chover aqui milhões de interrogações. Abraço

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  8. Postado Oxumarê!!!!
    Só faltam dois agora...rs.
    Em seguida inicio os trabalhos nas lendas.
    Beijos a todos!
    Kolofé Orunmilá!

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  9. Querido Ogí...
    Lendo sobre Oxumarê,me ocorre que é realmente muito passivel de equivoco sobre a descrição desse Orixá tão belo e misterioso,todo aquele que não se debruce em pesquisar as raizes mais puras e profundas do Candomblé com muita atenção e desprovido de preconceitos.
    Desde os primórdios da humanidade aquilo que nos parece misterioso nos atraí.Se assim não fosse, não teriamos descoberto a utilização do fogo,a tecnologia da roda... Nos sentimos incomodados com aquilo que ora vemos,ora sentimos e não sabemos explicar.Por isso mesmo evoluímos.Essa busca nos impulsiona.
    Na genial frase citada logo na abertura do Evangelho Segundo o Espiritismo,decodificado por Allan Kardec,le-se:"Fé inabalavel é aquela que pode enfrentar a razão,em todos os tempos da humanidade"....
    O Candomblé já atravessou milênios,sem de forma alguma ferir as leis de progresso ás quais estamos fadados em comunhão com a natureza.Portanto cabe aos filhos dessa linda fé a preservação dessa forma de ver as verdades humanas.Parabens pela seriedade com que tem feito sua parte e muito obrigada pelos esclarecimentos que tenho obtido.Bj

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  10. Boa Tarde Ogi .

    Gostaria de saber oq significa Dofona de Oxum .

    Obrigada .

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  11. Boa tarde querida!
    A palavra dofona (para mulheres) e dofono (para homens) tem seu significado ligado à feitura de santo deste filho.
    Quando os filhos entram no devido lugar para fazer o santo (roncó), recebem nomes diferentes ligados à ordem de sua vinda no "barco". Se ele estiver sozinho no "barco", será Dofono. Se outros também estiverem no barco para a feitura de santo, vão recebendo outros nomes. O primeiro será o Dofono, o segundo Dofonitinho, o terceiro Fomo, Fomutinho, seguindo teremos na ordem Gamutinho, Vimu, Vimutinho, Gremo, Gremutinho, etc. Sei que existem outros nomes, mas não me lembro deles. Acontece que essa nomenclatura é rara, pois geralmente colocam-se três ou quatro filhos no quarto, no máximo, devido à atenção e cuidado intenso que se tem com eles nos 21 dias.
    Portanto, Dofona de Oxum significa que é uma filha de Oxum, tendo sido a primeira ou única filha daquele barco em sua iniciação.
    Beijos!
    Fique com Deus!

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  12. Querido Ogi.

    Sou uma pessoa muito curiosa e não entendi algumas coisas,não entendi não,na verdade não sei.

    Boom,oq é lugar pra fazer santo,e o barco,pq 21 dias ?


    Obrigada novamente !

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  13. Oi querida.
    Sei bem que sua curiosidade é aguçada! rs.
    E que seja sempre assim. Quanto mais perguntarmos, quanto mais filosofarmos, contestarmos e contribuirmos, mais estaremos dentre da filosofia desta religião.
    O "lugar para se fazer o santo", o "barco", "21 dias" são questões pertinentes especificamente à feitura de santo. Raspagem, catulagem, digina, barco, roncó, saída de Iaô, Pedi, Ilê Axé e centenas de outros termos são diretamente das linguas africanas como o Iourubá. Estes em específico, estão ligados diretamente à essa iniciação do filho de santo. Vamos lembrar a diferenciação entre o filho de fé e o filho de santo? Quando o filho frequenta a casa, tem sua conduta e obrigações em dia, seguem os conselhos e direcionamentos do Ifá, etc., é um filho de fé. Quando ele decide se iniciar no Candomblé e deseja passar a ser filho de santo, passa pela iniciação (exceto nos raríssimos casos de ekedji - filho que já nasce "feito"). Depois disso há obrigações pontuais em datas certas (um ano, três anos e sete anos - há casas que fazem obrigação aos 05 anos de iniciação também; não é o caso da nossa) a serem feitas e vai subindo na escala da religião, que concebe aqui uma visão hierárquica de aprendizado que vai de Iawo a Egbomi.
    Os termos a que se refere, são termos que estão inclusos nos procedimentos desta iniciação. Ex: Quarto específico para o "recolhimento" do filho para a iniciação é chamado de roncó. O que acontece, como acontece, etc., embora se encontro muita informação na internet, é chamado por nós por "fundamento". Há determinadas situações e procedimentos que nem mesmo os egbomis têm conhecimento. Quanto mais se estuda, mais lhe é entregue o conhecimento. Ou seja, "fundamento" é aquilo que ainda não pode ser dito a você. A iniciação, o recolhimento no roncó ou a saída dos "barcos", são termos deste ritual que além de muito bonito, deve ser guardado ao filho que deu entrada no quarto.
    Sei que não sanei muitas das suas dúvidas, mas tive a intenção de clarear um pouco a situação, não sei se obtive êxito... Qualquer coisa pergunte de novo! rs.
    Beijo grande!!!
    Kolofé Olorum!

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  14. Boa tarde Ogi ..

    Não sanou mesmo,rs.
    Mas entendi o pq,afinal de contas é fundamento!
    Obrigada por tudo querido !

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  15. Motumbá, Ogi!!

    Pode nos contar um pouco sobre o arquétipo das Mulheres que têm Ogum no Orí? As características de um arquétipo de um filho de Orixá mudam conforme o sexo ou são iguais?

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  16. Motumbá Axé Marta!
    As características mudam sim.
    Vamos partir do preceito de que toda pessoa possui um Orixá como seu eledá e outro como ajuntó; além de todo seu enredo.
    O dono do Ori terá grande participação de influencia ao filho e o ajuntó o restante desta moldagem. As diferenças serão grandes quando analisadas as qualidades destes santos. Além disso, adicionamos nossa própria personalidade e vivência. Ou seja, nunca um filho será idêntico ao outro, mesmo tendo a mesma qualidade de santo no Ori e ajuntó. Mesmo ainda que o enredo dos dois fosse exatamente igual. Ainda assim seriam diferente pelo anjo da guarda, pela personalidade e formação social e psicológica.
    Quando falamos de sexos diferentes levando o mesmo Orixá como primeiro santo, temos que antes de mais nada avaliarmos essas situações que levanto até aqui.
    Porém, os traços masculinos serão visíveis nesta filha: ela pensará como homem. De forma prática, mais racional e exata. É esta mulher aquela que vai até o homem para pedir seu telefone. Também é ela que comanda a relação e gosta de proteger.
    Essa é uma situação muito rara, mas aceita hoje em dia. Antigamente isso chegava a ser terminantemente proibido de se conjecturar.
    Com a mesma dificuldade de se encontrar uma mulher filha de Ogum, será de achar um homem filho de Yansã. Ou de Oxum, Oxumarê, etc. Então, seus parceiros ideais serão escassos.
    Embora esta mulher leve esses traços masculinos, são apenas traços. No resultado final da equação, será ainda mulher e necessitará de amparo e acolhimento.
    Pontualmente então à sua pergunta; sim, as características de um arquétipo de um filho de Orixá mudam conforme o sexo.
    Kolofé Olorum!

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    1. Motumbá Axé, Baba!!

      Avaliando meu "todo" tem muito a ver comigo!! Obrigada pela resposta!! Ainda bem que os tempos mudaram, não...talvez o próprio Orixá tenha contribuído para que houvesse essa mudança de atribuições às mulheres que dantes eram tão criticadas e "não aceitas" pela sociedade por suas iniciativas... A luta pela transformação de idéias ainda persiste e pouco a pouco as "filhas de Ogum" são aceitas em todos os campos da vida moderna. Mas não deixam de ser femininas e infelizmente "assustam" os homens com sua autoconfiança...
      Aí está um conceito que tem que mudar na visão masculina, não é?
      Kolofé Olorum!!!

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  17. Olá.
    Em primeiro lugar, quero dizer que gostei muito do blog, conteúdo interessantíssimo. Parabéns!!
    Bom, tenho duas imagens (Oxalá e Oxossi).
    Eu percebi que não venho cuidando deles, porque até então não sabia como.
    Quero guardá-los por enquanto, até decidir o que quero.
    Posso? Como? Ou o que devo fazer?
    Beijos!!!

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  18. Obrigado querida! Agora está tomando corpo... é um blog novo. O mais interessante está começando a acontecer agora: vocês participando mais ativamente. Esta é a intenção, já que o espaço é NOSSO!
    Bem, à sua pergunta, tenho algumas repostas.
    Antes de se ter uma imagem é necessário saber qual Orixá é o dono do seu Ori. Isso acontece pelo fato de ter um Santo de frente e estar "cultuando" outro. Se eles tiverem quizilas, pode refletir a você e em você. Enquanto não sabemos das coisas, somos guardados pela abençoada ignorância. Sabendo, passamos a ter "responsabilidades". No geral, quando se "pode" ter essas imagens, o acender de velas, comidas, etc; é possível. Precisará de orientação sobre qual vela, qual oração e qual comida deve ser entregue. Então para o seu caso específico, precisa identificar o se eledá (primeiro Santo). Isso se dará com o jogo de búzios ou feitura de Santo. Enquanto não decide o que quer seria melhor não ter nada, pois a partir do momento em que decide ter imagens de Orixás em sua casa, já está decidindo...
    Fique com Deus!

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  19. Pergunta:

    O Candomblé acredita em reencarnação?

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  20. Como funciona o processo para se descobrir quais os Orixás regerão o ano?

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  21. Casa de Iansãs pode acender vela pra Iemanjá?

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  22. Boa tarde Intimus Revista e Cassia Ferrari.
    Vou responder as três perguntas de uma vez aqui ok?

    "O Candomblé acredita em reencarnação?"
    Sim. O Candomblé é uma religião espírita, tendo diversas semelhanças com outras religiões espíritas. Na sua origem, o Candomblé, quando ainda tinha os Orixás divididos pelas nações, (Nação de Ogum só cultuava Ogum, etc.) acreditava que todas as pessoas reencarnavam recebendo o mesmo Orixá como eledá (primeiro Santo ou dono do Ori). Quando as nações foram se miscigenando através das conquistas territoriais, os Orixás passaram a ter importância e classe hierárquica igualitária. Assim, entendeu-se o que temos nos dias de hoje. Quando vamos reencarnar, é Oxalá, na qualidade de Obatalá, que nos determina qual será nosso primeiro e segundo Santo, assim como todo o restante do enredo.
    No que se diz respeito ao processo de reencarnação é o mesmo que em outras religiões.

    "Como funciona o processo para se descobrir quais os Orixás regerão o ano?"

    Na África há uma papisa do Candomblé que faz sua previsão de ano através da consulta ao Ifá. Esta acaba sendo adotada pela maioria dos sacerdotes da religião. Como aqui no Brasil não há essa referência, algumas federações tentam adotar previsões de alguns Babalorixás ou Yalorixás mais velhos. Como são muitas as federações e inclusive há choque entre elas, acabamos tendo várias previsões.
    Na nossa casa em específicos, como possuímos um Tata, me abstenho desta previsão, sendo dele a responsabilidade.
    Após o fechamento de ano e entrega dos Axés de todos os trabalhos de vocês a Oxalá, espera-se a virada de ano. Nela, antes ainda dos trabalhos de abertura de ano dos filhos, há um ritual específico e a consulta ao Ifá. Daí saem os dois Orixás regentes do ano, suas qualidades e algumas situações que serão desencadeadas no decorrer do ano. Posterior a isso é passada a todos vocês.

    "Casa de Iansãs pode acender vela pra Iemanjá?"

    Essa é a pergunta mais delicada a ser respondida.
    Em primeiro lugar, preciso entender qual tipo de "casa" está mencionando. A sua residência, ou a casa - Ylê, roça...?
    Sendo Ylê, ele é representado por um Babalorixá ou Yalorixá, que independente de qual Orixá governe seu Ori, possui permissão para lidar com todos os Santos e principalmente neste caso, o Zelador de Santo da roça.
    Se trata da sua residência, não é ela que determina o fato de a quem poderá acender a vela, mas sim, você. Vamos supor que na sua casa tenha uma filha de Yansã e outra de Oxum. A recomendação é que essas filhas acendam as velas separadamente, em lugares distintos.
    Sempre que se oferece algo ao Orixá (vela é oferenda), deve se ter um propósito. Para cada situação há uma obrigação a ser erguida. Seja comida de Santo, Agrado, etc...
    Portanto, a melhor recomendação é que sempre que quiserem fazer alguma coisa, mesmo para o próprio Santo ou Anjo da Guarda, consultem um(a) Sacerdote da religião. Podem estar com alguma obrigação erguida, algum pedido no ponto de vocês, etc. Por essa miscelânea de informações que não se poderia responder SIM ou NÃO para esta sua pergunta...

    Espero ter conseguido ser claro nas respostas, caso não tenha sido, aguardo seus comentários.

    Kolofé Olorum!

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  23. Oi Ogi
    Obrigada,ajudou bastante!
    Abraço pra vc

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  24. Ogi
    Gostaria muito que nos esclarecesse um pouco mais sobre o tão conhecido (em diferentes ritos e religiões),banho de sal grosso.
    Sabemos que á milenios o sal vem sendo utilizado,como um "santo remédio contra mandingas e mau olhado".Quem nunca teve uma vó,uma tia, que receitava sem cerimonia, um inofensivo banhozinho de sal grosso contra "olho gordo"? Sei que todos os seres que Olorum criou sobre e sob os céus hão de viver,um dia em completa harmonia.Mas sei também que a utilização indevida de alguns recursos em busca dessa harmonização, podem ser desastrosas.È o que ocorre quando usamos o banho de sal indevidamente não é? E aqueles vasos decorados com pimenta,alho,e mmmuuuito sal grosso.Também? Explique-nos melhor.
    Motumbá Axé Babá.

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  25. Querida Nice, bom dia!
    Quem andou querendo tomar banho de sal grosso por aí heim? rs...
    Essa situação é muito controversa...
    Porém, nosso entendimento é que o sal grosso, dentre tantos elementos, é o que mais consegue absorver as energias negativas. Ele é tão popular por este fato.
    Tanto no banho quanto na entrada da casa, em vasos, etc...
    Acontece que o sal grosso é excelente absorvente de energias negativas e positivas também! Por isso deve ser utilizado em casos extremos e com muito cuidado.
    Quando as pessoas estão muito debilitadas de energia, por exemplo, será muito negativa a sua utilização...
    Há outros tantos elementos naturais que utilizamos que terão efeito apenas nas energias e cargas negativas. O mais indicado sempre são as ervas. Ossaim, nosso grande Orixá litúrgico, possui e nos entrega o conhecimento mais aprofundado dessas folhas e ervas, podendo ser mais pontuais e específicos em cada caso.
    Por isso, meu conselho é que não se utilizem do sal grosso. Consultem um Babá ou Yalorixá para saber que banhos podem tomar para cada situação (que também se diferencia pelo seu eledá).
    Kolofé Olorum!

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  26. Ogi.
    Ninguem andou querendo tomar banho de sal por aqui não.Nosso Babá nos esclareceu.kkkkk
    Mas acho muito importante que saibamos utilizar os recursos da natureza para o nosso equilibrio fisico-mental e espiritual.Nós,seres humanos,temos a ideia pré fixada,de que todo sofrimento nos é enviado por Deus .Algumas vertentes religiosas pregam o dogma de que sofremos para "pagar" nossos pecados.Pelo que entendo,sofremos porque toda ação pede uma reação.È uma lei da propria fisica.A terra é lugar também de educação espiritual.Quando Olorum criou o todo,criou para que entendessemos que tudo está ligado á tudo.Tudo é relativo á tudo...Ora,se a finalidade da criação é a harmonia entre os seres,o respeito e colaboração mutua,sofremos quando transgredimos as leis de equilibrio e harmonia que reflete esse amor do Criador por suas criaturas.Se Olorum criou tudo com amor,o ódio por exemplo é "o amor que adoeceu",pelos nossos equivocos.Buscamos tudo para aliviar o sofrimento.E na hora da dor,percebemos o quanto somos seres parecidos,cada qual com sua individualidade.Esse mesmo Criador,sabendo que somos passiveis de falhas e acertos,nos disponibilizou ,para aliviar nossas dores.Aí a gente não entende direito isso e toma banho de sal grosso, põe um galho de arruda atras da orelha,acendemos uma vela (as vezes indevidamente) e corremos pro colo do Babá ou Yalorixa... Este tem primeiro que consertar a "salada" que fizemos,prá poder com carinho e paciencia acudir-nos com fundamentação e a permissão dos Orixas.Por isso a importancia de se procurar quem entende desses sagrados fundamnetos,da utilização correta desses recursos que nos foram ofertados com tanto amor.Muito obrigada pelo carinho de sempre e me corrija se disse alguma bobagem.kk
    Mutumba Axé Babá.

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  27. Boa tarde Cassia.
    Desculpa pela demora na resposta.
    O período da quaresma era uma festa pagã que ganhou grande proporção, tendo a Igreja Católica a adotando como festa Cristã.
    Embora algumas casas de Candomblé adotem esse período como resguardo espiritual e até façam o ritual de Lorogun neste período, é apenas uma convenção criada e adotada em um período de descanso em um momento onde a grande maioria da população brasileira exerce apenas atividades de lazer.
    O Candomblé não possui nenhum vínculo com o Candomblé.
    Axé!

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  28. Olá Ogi,
    Tudo bem?
    Gostaria de saber como e quando é feito a passagem de um filho de fé para um filho de santo!
    Obrigada e até a próxima pergunta rs!
    Thais

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  29. Ah, gostaria também de sugerir que você crie uma parte como se fosse um dicionário, para entendimento de alguns termos.

    E aproveitando, sugestões de demais fontes de consulta, a busca pela internet se confunde muito com a Umbanda.

    Obrigada e aguardando ansiosa por mais informações!
    Thais

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  30. Oi Thais.
    Desculpe a demora na resposta...
    Os "cuidados" e "tratamentos" são iguais.
    Costumo dar o exemplo dos filhos de "fé" e de "Santo" na Igreja Católica. Aquele que frequenta Às missas, se confessa com periodicidade e recebe a Ostia, é um filho de fé da religião. Aquele que tem vontade de se tornar coroinha, seria considerado o filho de Santo. O exercício da religião seria igualitário. Claro que o filho de fé passa a ter mais conhecimento da religião, dos fundamentos, etc; com isso, mais responsabilidade.
    Essa "passagem", como você chama, ocorre pela vontade própria ou por cobrança no Ifá.
    Kolofé Olorum.

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  31. Quanto às outras perguntas / sugestões, seguem as respostas:
    Infelizmente não é o correto publicar esse "dicionário". A língua, costumes e principalmente os fundamentos são passados oralmente. Sei que há diversas fontes na internet divulgando tradutores, porém, não é a ideia do Candomblé. Isso acontece por um único fato. Há frases, orações, etc., que são sagradas. Se desmistificadas, perdem sua simbologia... Com o tempo você vai entendendo algumas coisas, conhecendo, como já vem fazendo. Esta é a melhor forma de se relacionar com o Yourubá.

    Sua solicitação de sugestão é bastante pertinente. Estou devendo os contos e paralelamente, indicações de livros, sites, literatura, etc. Vou arrumar um tempo pra cuidar disso. Enquanto isso, há um blog bastante denso e interessante: http://ocandomble.wordpress.com/

    Axé!

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